sábado, 20 de abril de 2013

«PHOCÉA»

////////////// Este imponente iate de 4 mastros chamou-se, primitivamente, «Club Méditerranée» e foi construído em 1976  para o velejador desportivo Alain Colas. Concebido (pelo arquitecto naval Michel Bigouin) para bater recordes em corridas transatlânticas, o futuro «Phocéa» foi realizado em Toulon (França) pelos estaleiros da firma DCAN.  Depois da morte trágica de Colas em 1978 (ocorrida ao largo dos Açores, durante a 1ª edição da famosa 'Route du Rhum'), este veleiro -que foi um dos maiores e mais rápidos navios da sua categoria- continuou o seu percurso desportivo e ainda usou o nome de «La Vie Claire» (1982). Depois, foi adquirido (ao mesmo tempo que as empresas que o 'sponsorisavam') por Bernard Tapie, conhecido homem de negócios gaulês, que o mandou transformar em iate de luxo. Este veleiro revolucionário de 280 toneladas de deslocamento, com 75,15 metros de comprimento fora a fora por 9,60 metros de boca e com 6,10 metros de calado, que podia arvorar 1 000 m2 de pano, recebeu, desde logo, uma superestrutura, onde foi possível introduzir cabines luxuosas, equipamento tecnológico de ponta, um sistema de motorização adequado (1 máquina diesel de 12 cilindros, desenvolvendo uma potência de 1 054 cv) às suas novas funções, etc. O «Phocéa» tornou-se, assim, um dos mais sumptuosos iates do mundo, todo ele consagrado ao prazer do seu proprietário e dos seus privilegiados convidados. Mas, ainda assim, o espírito esportivo prevaleceu e o «Phocéa» bateu, em 1988, um record do mundo da travessia do Atlântico para veleiros do tipo monocasco. Em 1997, na sequência da falência do império Tapie (que, entretanto, também se lançara na política), o «Phocéa» foi vendido ao desbarato. Por 6 milhões de euros, soma muito inferior ao dinheiro investido por Bernard Tapie (10 milhões) só na sua conversão. O veleiro passou a pertencer a Mouna Ayoub, ex-esposa de um multimilionário saudita. Que investiu mais 17 milhões de dólares em novas modificações a bordo. Segundo os estilistas navais, após essa intervenção da sua nova proprietária, o navio perdeu qualidades náuticas (e desportivas), devido ao aumento de peso (com a construção de um novo convés) e à redução da altura dos mastros e, obviamente, da superfície vélica. Mas, em 2010, essa sua terceira e riquíssima proprietária cansou-se do 'brinquedo' e colocou-o à venda. O veleiro foi adquirido -por 10 milhões de euros- por um industrial europeu (cuja identidade nunca foi revelada) , que o registou no Luxemburgo e o colocou no mercado de aluguer. Uma semana de locação do «Phocéa» (com a sua tripulação e 12 homens) é proposta por 196 000 euros/semana.

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