domingo, 1 de maio de 2011
«LISBONENSE»
Foi a segunda embarcação com este nome a operar entre as duas margens do Tejo, na qualidade de transporte de passageiros. Este cacilheiro foi construído no estaleiro de John Cockerill, em Hoboken (Bélgica), no ano de 1901. Usou, por curto espaço de tempo, o nome de «Rainha Dona Amélia». Pertenceu à frota da Parceria de Vapores Lisbonenses e apresentava as seguintes características : casco de aço; 299 toneladas de arqueação bruta; 40,40 metros de comprimento; 8 metros de boca; 2,65 metros de pontal. Era movido por 2 máquinas de tríplice expansão (desenvolvendo 400 cv de potência) e por 2 hélices. Além de ter assegurado o transporte regular de pessoas entre Lisboa e a Outra Banda (sobretudo Cacilhas), o «Lisbonense também foi utilizado em excursões fluviais no Tejo (Vila Franca de Xira, Azambuja, baía de Cascais) e no mar, até à Praia das Maçãs. Este cacilheiro sofreu trabalhos de transformação em 1903, de modo a poder receber a bordo veículos automóveis. O seu armador alugou-o, em 1918, à empresa portuense Fretamentos Marítimos, Lda, que o utilizou no transporte de mercadorias diversas para portos estrangeiros. A sua derradeira e fatídica viagem iniciou-se em Leixões no dia 22 de Agosto desse mesmo ano de 1918. No dia seguinte, quando o «Lisbonense» navegava para Bristol, ao largo do cabo Prior (Galiza), foi interceptado por um navio de guerra alemão, que o metralhou e afundou. Curiosidade : este antigo cacilheiro tinha um seguro de 200 contos numa companhia lisboeta. A sua destruição provocou a falência da dita, de modo que o seu armador só foi parcialmente indemnizado alguns anos depois da trágica ocorrência.
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