domingo, 3 de novembro de 2013

«EMPRESS OF ASIA»

Paquete pertencente à frota da companhia Canadian Pacific Steamships, construído, em 1912, pelos estaleiros navais da firma Fairfield Shipbuilding & Engineering Cº, de Govan, Escócia. Este navio realizou a sua viagem inaugural em 1913 entre a costa ocidental do Canadá e a Ásia, mas foi, logo no ano seguinte -devido à eclosão da 1ª Guerra Mundial- mobilizado pela autoridade militar, que o armou (com 8 canhões de 4,7 polegadas) e que lhe outorgou o estatuto de cruzador auxiliar no seio da 'Royal Navy'. Despachado para Hong Kong, o «Empress of Asia» cumpriu ali, essencialmente, missões de transporte de tropas e de evacuação sanitária. Neste último domínio, deve-se a este navio a recolha de prisioneiros alemães feridos aquando da batalha contra o «Emden», vaso de guerra germânico afundado pelos britânicos ao largo de Colombo (Ceilão). Uma das suas missões mais marcantes, nessa época, foi a evacuação, para Vancouver, das tropas do 72º batalhão Seaforth Highlanders, parte integrante das Forças Expedicionárias Canadianas. Tendo regressado à vida civil no início dos anos 20, o «Empress of Asia» voltou às suas ligações trans-Pacifíco; durante as quais transportou milhares de viajantes, contando-se, entre eles (refira-se isto a título anedótico), o grande escritor Bertrand Russell e o físico Niels Bohr. Mas, em 1941, já no decorrer do segundo conflito generalizado, o navio foi, uma vez mais, requisitado pelos militares e partiu para Liverpool (via canal do Panamá) para assegurar um transporte de tropas destinadas à frente africana. Também nessa ocasião o «Empress of Asia» foi armado, para que pudesse assegurar a sua própria defesa face a um ataque inimigo. Desta feita, além das clássicas peças de artilharia, o navio canadiano foi equipado com AA's, foguetes e cargas de profundidade. Nesse início da guerra, o navio cumpriu várias e distintas missões : transporte de prisioneiros de guerra italianos, transporte de militares e de mercadorias diversas para a Europa, África e Ásia, evacuação de refugiados, etc. O seu fim chegou a 5 de Fevereiro de 1942, quando o «Empress of Asia» integrava o comboio BM.12, e navegava -no estreito de Banka- rumo a Singapura, com homens e material bélico, destinado a travar o avanço japonês sobre essa praça forte. Nesse dia, o comboio foi atacado por uma força de 9 bombardeiros nipónicos (de voo picado), que concentraram o seu mortífero fogo no navio canadiano. O «Empress of Asia» não tardou a ser incendiado e a afundar-se, a apenas 8 km de distância do seu porto de destino. Graças à ajuda dos navios de escolta e de outras unidades do comboio, que recolheram a grande maioria das pessoas viajando no malogrado paquete da Canadian Pacific, só houve 16 mortes a lamentar. Singapura caiu nas mãos dos japoneses 10 dias após o afundamento deste navio; que é um dos símbolos do contributo dado pelas marinhas mercantes aliadas para alcançar a vitória contra as forças do Eixo Berlim-Roma-Tóquio.

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