sábado, 2 de novembro de 2013

«CABEDELO»

////////// Construído em 1912, na Alemanha, pela firma Flensburger Schiffsbau Gesellschaft, este navio mercante navegou até 1917 com o nome de «Prussia» e com as cores da companhia Hamburg Amerika Linie, a famosa Hapag. Apresentava uma arqueação bruta de 3 557 toneladas e media 111 metros de longitude por 15,50 metros de boca. O seu calado atingia (em plena carga) a cota de 6,70 metros. A sua propulsão era garantida por 1 máquina dotada com turbinas a vapor, que lhe permitiam sustentar uma velocidade de cruzeiro de 12 nós. Esteve, enquanto cargueiro, nas linhas que o seu armador mantinha com a América do sul. Quando rebentou a Grande Guerra (em 1914) passou a desempenhar funções de apoio logístico ao cruzador «Dresden» e aos mercantes armados «Cap Trafalgar» e «Kronprinz Wilhelm». Mas, em 1917, com a implicação do Brasil no conflito generalizado, o «Prussia» foi apresado no porto de Santos; onde se encontrava fundeado desde 1915, por causa da intensa actividade desenvolvida pela 'Royal Navy' em águas do subcontinente. Já com bandeira do Brasil, o navio germânico foi registado no Rio de Janeiro, recebendo o nome de «Cabedelo» e passando a navegar por conta do Lloyd Brasileiro. Depois de uma carreira sem percalços, durante o período de entre duas guerras, o «Cabedelo» e a sua tripulação prepararam-se para afrontar os perigos do novo conflito mundial, que se iniciou, na Europa, em 1939. Em 14 de Fevereiro de 1942, este mercante -que se encontrava sob o mando do capitão de longo curso Pedro Veloso da Silveira- zarpou de Filadélfia (carregado de carvão) rumo ao Rio de Janeiro. Cidade onde nunca chegou. Embora sem provas sobre o que, realmente, aconteceu ao «Cabedelo», prevaleceu a ideia de que o seu trágico desaparecimento -que não deixou o mínimo vestígio e que causou a  perda dos seus 54 tripulantes- foi a consequência de um acto de guerra perpetrado por um submersível do Eixo. Várias hipóteses circularam, na imprensa e na boca do povo, sobre o que terá acontecido ao navio brasileiro. Uma delas apontava para o seu torpedeamento, por parte de um dos submarinos italianos «Da Vinci», «Capellini» ou «Torelli»; que, ao que parece, estavam, ao tempo, a operar naquela zona de guerra. A verdade, porém, é que nada foi provado e que o mistério do naufrágio do «Cabedelo» ainda hoje está por esclarecer. Apesar disso, os membros da sua numerosa equipagem foram considerados, oficialmente, vítimas de guerra e os seus nomes estão gravados no imponente Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial, que se ergue na cidade do Rio de Janeiro.   Nota : pensa-se que o afundamento do «Cabedelo» (acidental ou provocado) tenha ocorrido numa área compreendida entre as Bermudas e as Bahamas.

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