Navio
porta-contentores (do tipo Ro-Ro) construído nos estaleiros japoneses da firma
Kasado, de Kudamatsu, em 1979. Era uma unidade com 4 628 toneladas de arqueação
bruta, que media 115
metros de comprimento por 19,80 metros de boca.
Estava equipado com uma máquina diesel desenvolvendo uma potência de 6 801 hp,
força que lhe proporcionava uma velocidade de cruzeiro de 15 nós. Este navio
usava bandeira das ilhas Bermudas, mas navegava por conta da casa armadora
Tackler, uma subsidiária da sociedade Sea Containers Atlantic, registada na
Grã-Bretanha. O «Tollan» era, pois, um navio recentíssimo quando, na manhã de
16 de Fevereiro de 1980, entrou no Tejo e ali entrou em colisão (por causa do
nevoeiro e de problemas com a sua aparelhagem radar) com várias embarcações.
Primeiramente, com o rebocador «Serra de Portalegre» e, depois, com o
«Barranduna», um navio sueco de maior porte. Em consequência deste último
abalroamento, o «Tollan» sofreu um rombo no casco, meteu água e acabou por
virar-se completamente, mas sem se afundar. No desastre, morreram três dos seus
19 tripulantes e uma passageira, esposa do oficial de máquinas. Representando
um real perigo para a navegação, o navio foi rebocado para uma zona menos
exposta do rio Tejo, situada mesmo em frente do histórico Cais das Colunas. E,
por incapacidade técnica dos nossos serviços portuários (mas não só), ali se
manteve durante 3 anos, 9 meses e 17 dias. Tempo durante o qual serviu de
atracção turística à população de Lisboa e até a muitos curiosos provenientes
de outras partes do país. A popularidade do «Tollan» foi tal, que eventos e até
casas comerciais receberam o seu nome. Como muitas anedotas foram contadas a
propósito daquela ‘baleia vermelha’ (por alusão à cor da parte emergida do
navio), também vista como um verdadeiro ‘porta-aviões das gaivotas’. Finalmente
–a 12 de Dezembro de 1983- por intervenção da empresa especializada alemã
Sealift, o navio foi recolocado na sua posição normal e logo rebocado para o
estaleiro da Lisnave, onde, posteriormente, seria desmantelado. Enquanto esteve
virado no Tejo, muito se especulou sobre a natureza da sua carga, chegando
mesmo a falar-se do ‘tesouro’ do
«Tollan»; que, segundo os boatos, constaria de lingotes de ouro, de droga, etc.
Na realidade, os 220 contentores do navio, continham insecticidas industriais
(nomeadamente o muito tóxico ‘New Instant Killer’), amianto e outros produtos
perigosos. Para além das 600 toneladas de combustível conservadas nos tanques
do navio, para utilização da sua própria máquina. Felizmente para a população
ribeirinha e para a sanidade do Tejo, esses produtos mantiveram-se (apesar da
longa permanência na água) nos seus invólucros e foram removidos, intactos,
após a operação de salvamento do «Tollan».
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