O «Sea Shepherd» (primeiro do nome) era um antigo arrastão britânico, que, durante anos, pescou bacalhau nas águas frígidas do Atlântico norte. Não nos foi possível encontrar registos sobre este navio, que nos instruam sobre o seu nome anterior a 1979 e sobre as suas características técnicas e físicas. Adquirido no ano acima referido pela recém-fundada associação ecologista do capitão Paul Watson (1977), que se consagra, ainda hoje, à defesa das espécies marinhas em perigo de extinção, este pequeno navio foi lançado na ‘guerra’ contra os últimos baleeiros internacionais a praticar a caça às baleias e a outros cetáceos. Uma das suas primeiras acções e, sem dúvida, a mais espectacular e mediática, teve lugar em águas territoriais portuguesas no ano de 1979. Em meados de Julho, depois de uma épica perseguição, o baleeiro «Sierra» (de nacionalidade indefinida, mas com um comandante norueguês e com uma tripulação maioritariamente japonesa) refugiou-se no porto de Leixões, onde se colocou sob a protecção das autoridades marítimas portuguesas. Este navio era acusado pelos ecologistas -numa altura em que já só um punhado de nações ainda caçava baleias- de ter exterminado uns 25 000 cetáceos durante a sua carreira; o que fazia dele o inimigo nº 1 dos activistas ecológicos. E, quando o «Sierra» voltou a mar aberto, foi abalroado (por várias vezes) pelo «Sea Shepherd», que revelou ser um inimigo implacável, decidido a afundá-lo. Valeu-lhe, momentaneamente, a intervenção de um navio da nossa Armada, que colocou os ecologistas em fuga para águas sob jurisdição espanhola. Temendo a apreensão do seu navio (e a sua entrega ao armador do «Sierra», como compensação pelos desgastes causados), a equipagem do «Sea Shepherd» decidiu afundá-lo voluntariamente. O que aconteceu na noite de 31 de Dezembro de 1979. Rebocado para Lisboa, o «Sierra» foi atracado no Cais do Jardim do Tabaco, onde recebeu reparações. Mas, a 6 de Fevereiro de 1980, mergulhadores presumivelmente ligados à Sea Shepherd Conservation Society colocaram uma mina magnética no seu casco e detonaram-na, destruindo o baleeiro. Os cachalotes, baleias e outros mamíferos marinhos viram-se, assim, livres de um dos seus mortais inimigos. Curiosidades : a actividade dos ecologistas radicais da associação dirigida pelo cidadão canadiano Paul Watson deu que falar, de novo, em Abril desse mesmo ano, aquando do afundamento (no porto galego de Vigo) dos baleeiros espanhóis «Ibsa I» e «Ibsa II». Os métodos e explosivos utilizados foram os mesmos aplicados na capital portuguesa contra o «Sierra». Daí a imprensa e a opinião pública apontar o dedo à Sea Shepherd Conservation Society; que acabaria por reivindicar esses atentados. Para além de ser o fundador e grande impulsionador da sociedade Sea Shepherd, o capitão Paul Watson (natural de Toronto) foi um dos co-fundadores das organizações ecologistas Greenpeace (1972) e Greenpeace International (1979). É apontado como um dos grandes defensores da Natureza, contra a cobiça dos grandes potentados económico-financeiros.
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