Navio
luso de finais do século XVII. Foi construído em Baçaim (na, então, Índia
Portuguesa) em 1681. O seu casco foi realizado, todo ele, em exótica madeira de
teca. Das características físicas e do historial deste navio (apresentado, por
vezes, como sendo uma fragata) pouco se sabe. Diz-se, no entanto, que, em 1696, a sua guarnição
(constituída por portugueses e por luso-indianos) andava à volta de 125
elementos, entre marinheiros e soldados. E que, nesse ano –que foi o do seu
naufrágio- o «Santo António de Tanna» estava armado com 50 canhões. Em 1696, o
«Santo António de Tanna» zarpara do golfo de Malabar, na companhia de duas
galeotas, para ir prestar socorro aos sitiados do Forte do Bom Jesus de
Mombaça, edificado na costa do actual Quénia. Os grandes inimigos do Reino e
Portugal eram, nessa região do Mundo e nesse tempo, os Holandeses, os Franceses
e os Ingleses. Que, depois do triste episódio da perda da independência em 1580
e durante os anos de confirmação da dita (após 1640), se lançaram, como lobos
esfaimados, sobre os territórios ultramarinos descobertos e conquistados pelos
nossos maiores ao longo dos dois séculos precedentes. Chegado ao seu destino, o
«Santo António e Tanna» foi atacado pela frota sitiante, que lhe danificou o
leme e os apetrechos do velame com tiros de artilharia. Deixado à deriva, o
navio português foi despedaçar-se contra uns recifes situados perto da
fortaleza. Que acabaria por cair nas mãos dos sitiantes no cerco de 1697. Os
restos do navio naufragado foram descobertos em 1976. E, logo a partir de 1977,
foram estudados pelo arqueólogo Robin Piercy e por uma equipa científica do
Institute of Nautical Archeology. Nessa exploração do sítio onde se perdera o
«Santo António de Tanna» foram descobertos mais de 30 metros do casco do malogrado
navio, assim como milhares de artefactos (mais de 15 000, ao que parece) todos
datados de finais do século XVII. Deste navio seiscentista, fabricado na Índia, apenas resta uma ténue
memória. Nota : a imagem anexada a este texto não representa o «Santo António de Tanna»; mas é a silhueta idealizada de um navio do seu tempo.
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