quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

«LIBERAL»

Canhoneira da Armada Real Portuguesa, construída em 1884, na Grã-Bretanha, no estaleiro da firma Laydrs. Tinha uma 'sister ship' na sua congénere «Zaire», de idêntica origem e a cuja classe pertenceu. A «Liberal» deslocava 558 toneladas e apresentava as seguintes dimensões : 42,56 metros de longitude por 7,50 metros de boca por 3,43 metros de calado. Era um navio  de madeira e ferro, de propulsão mista (vela/vapor), dispondo de 3 mastros (aparelhados em barca) e equipada com uma máquina com 500 cv de potência. Estava armada com 6 bocas de fogo de distintos calibres : 2 canhões de 150 mm, 2 de 100 mm e 2 metralhadoras de 11 mm. Com uma guarnição de cerca de 100 homens, a «Liberal» serviu em águas metropolitanas, mas também esteve em comissões no ultramar, a saber em Angola, Ajudá, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Índia e Macau. Entre os oficiais ilustres que, temporariamente, integraram a sua guarnição, ressalve-se o nome do futuro almirante (que também foi geógrafo e inventor) Carlos Viegas Gago Coutinho. Este navio -que já havia sofrido um acidente de mesma índole em águas moçambicanas, dois anos antes- perdeu-se no dia 22 de Junho de 1910, perto do Ambriz. Todos os seus marinheiros e passageiros (entre os quais se encontrava o tenente-coronel Alves Roçadas, então governador geral de Angola) foram socorridos pela equipagem do vapor «Vilhena», que os desembarcou, sãos e salvos, em Luanda. Nesse mesmo ano, a canhoneira «Liberal» foi riscada da lista de efectivos da nossa Armada.

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