sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

«ALTAIR»

Lugre bacalhoeiro português, construído no estaleiro da Gafanha da Nazaré, por mestre Manuel Maria Bolais Mónica.  O navio (de 3 mastros, com casco em madeira) foi lançado ao mar a 25 de Março de 1918 e resultou de uma encomenda feita pela Companhia Aveirense de Navegação e Pesca. Que, ao tempo, tinha à sua frente um importante comerciante da Cidade da Ria «com ligações fortes ao poder político e económico locais». Isto, num tempo em que, com o aproximar do fim da Grande Guerra, se previa um forte incremento da construção naval civil, nomeadamente de embarcações para a pesca longínqua. Ao navio em apreço foi dado o poético nome de «Altair», que é também o da estrela mais brilhante da constelação da Águia; à qual está associada uma lenda, que tem como protagonistas Zeus e a bela Ganímedes. Este navio, registado na capitania do porto de Aveiro, apresentava uma arqueação bruta de 242,36 toneladas e media 35,70 metros de comprimento (entre perpendiculares) por 8,90 metros de boca e por 3,85 metros de pontal. Navegava exclusivamente à vela, pois naquele tempo ainda não era comum, na nossa marinha de pesca, o uso de motores auxiliares. A escolha do seu primeiro capitão recaiu na pessoa de um lobo do mar chamado Fernão Domingues Magano; que o comandou durante as suas primeiras campanhas de pesca : as de 1918 e de 1919. A história do «Altair» terminou em 1921, ano em que foi vendido à Companhia Portuguesa de Pesca do Bacalhau (igualmente de Aveiro) e passou a denominar-se «Vega». Mais tarde, em 1924,  mudou mais uma vez de mãos, sendo integrado na frota da Sociedade Continental de Pesca (de Lisboa) e mudando o seu registo para a capital. Finalmente, regressou a Aveiro (onde voltou a ser matriculado com o derradeiro nome de «Vaz»), mercê de uma transacção feita a favor do armador João Cândido Vaz. O fim deste bacalhoeiro chegou no dia 31 de Agosto de 1940 (já depois de ter eclodido a Segunda Guerra Mundial) nos mares da Terra Nova, onde se afundou com água aberta. Naufrágio sem vítimas.

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