segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

«QUEEN MARY»


Paquete britânico, que pertenceu à frota da companhia Cunard Line. Foi construído pelos estaleiros da firma John Brown & Cº, de Glásgua (Escócia), que o lançaram à água no dia 26 de Setembro de 1934. Destinado a assegurar uma prestigiosa carreira semanal entre a Europa e Nova Iorque, o «Queen Mary» foi, aquando da sua inauguração (em 1936), considerado um dos mais belos e luxuosos transatlânticos do seu tempo. Apresentava-se como um navio com 80 774 toneladas de arqueação bruta, medindo 297,23 metros de comprimento por 36,14 metros de boca. Paquete de linhas clássicas e elegantes, ostentava 3 chaminés e passou a rivalizar com o seu congénere francês «Normandie» (da C.G.T.), ao qual arrebataria -em 1938- a famosa e cobiçada 'flâmula azul'. Este paquete britânico podia receber a bordo mais de 2 300 passageiros, distribuídos por três classes distintas : 1ª, turística e 3ª classe. A sua tripulação contava 1 101 membros. O «Queen» navegava graças a um sistema propulsivo (acoplado a 4 hélices) que desenvolvia uma potência superior a 162 000 cv e que podia imprimir-lhe uma velocidade de 30 nós. Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, este autêntico palácio flutuante sofreu a sorte reservada a muitos outros paquetes do tempo : foi requisitado pelas autoridades militares e serviu como transporte de tropas e de material bélico. Nessa época, o «Queen Mary» foi protagonista de um incidente dramático, que ocorreu a 2 de Outubro de 1942, ao largo da Irlanda, e que vitimou o velho cruzador HMS «Curacoa». Nesse dia, o ex-paquete da Cunard (que transportava 10 000 militares norte-americanos), abalroou, acidentalmente esse seu navio de escolta, que se afundou em poucos minutos. E para escapar aos 'U boats' (para os quais ele era a presa mais apetecida) e preservar a vida dos combatentes que transportava, o «Queen» não pôde socorrer a tripulação do vaso de guerra. Facto que ocasionou a morte de 338 marinheiros britânicos. Libertado, depois de assinado o armistício, dessas suas excepcionais funções de transporte militar, o navio foi remetido ao seu legítimo proprietário; que o reutilizou (depois das necessárias remodelações) a partir de 1947, na sua linha de origem; onde o «Queen Mary» se manteve em serviço até 1967, ano em que foi vendido para os Estados Unidos a uma empresa com actividades nas áreas do turismo e do lazer. Actualmente, este quase lendário navio (ao qual foi dado, já depois da guerra, a carinhosa alcunha de 'Old Lady') encontra-se imobilizado em Long Beach (Califórnia) integrado num complexo de recreio. Do qual ele é a peça mais imponente e mais valiosa.

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