terça-feira, 3 de dezembro de 2013
«RAINHA»
As fontes informativas sobre este navio português da segunda metade do século XV são praticamente inexistentes. Daí este texto -sobre a nau «Rainha»- se apoiar, exclusivamente, no que dela disse o historiógrafo Mário Domingues na sua obra «D. João II, o Homem e o Monarca». Assim chamado em honra de D. Leonor, sua esposa, este navio «com 1 000 toneladas de capacidade» terá sido um dos maiores, mais fortes e mais belos que alguma vez sulcaram os mares. Estava armado com 36 grandes bombardas e com 180 peças de artilharia ligeira. Nunca chegou a fazer expedições longínquas, resumindo-se a sua carreira a viagens efectuadas entre Lisboa e alguns portos do Mediterrâneo. Nomeadamente Tunis e Orão, onde era fácil estabelecer contactos com tripulações e viajantes em proveniência do Oriente e colher deles informações preciosas sobre essa região distante e sobre as condições de navegação no oceano Índico. Isto, em previsão de uma já projectada viagem às Índias, pela futura rota do cabo da Boa Esperança. Segundo o autor supracitado, o «Rainha» também trazia para a capital portuguesa, aquando dessas suas viagens ao mar Mediterrâneo, tapetes (cuja indústria el-rei D. João II queria implementar no nosso país) e artigos locais que serviriam de permuta com as tribos negro-africanas com as quais os Portugueses já mantinham relações comerciais profícuas. Ainda segundo Mário Domingues, no livro referido, a tripulação do «Rainha» era selecionada, de modo a reunir os marinheiros do Reino «mais vivos e cultos, por forma a criarem simpatias e a prestigiarem o nome do país». Curiosidade : a imagem anexada não é representativa do «Rainha». Mostra, isso sim, uma nau portuguesa da mesma época (fins do século XV/inícios do século XVI).
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