quarta-feira, 28 de março de 2012

«LEOPOLDUS PRIMUS»


Navio hanseático, pertencente à frota militar da cidade livre de Hamburgo, em cujos estaleiros navais foi realizado, sob a égide de um mestre holandês de carpintaria naval. Pouco se sabe sobre as suas características, salvo que media à volta de 40 metros de comprimento por 11 metros de boca e que estava armado com 54 canhões de variados calibres. Lançado à água em 1668, o «Leopoldus Primus» foi concebido para acompanhar -e defender da pirataria- as frotas mercantes que comerciavam com Portugal e Espanha. Uma outra das suas missões consistiu em dar assistência e protecção aos navios baleeiros da Hansa, que caçavam cetáceos nas águas da Groelândia. O seu nome foi-lhe concedido em honra do imperador Leopoldo I. Entre as bonitas esculturas que decoravam a popa do navio, figurava uma representando este monarca do Santo Império Romano. Essa artística peça, que foi executada pelo escultor alemão Christian Precht, é o único vestígio do navio. Foi conservada e faz (actualmente) parte do espólio do Museu de História da Cidade de Hamburgo. Na longa lista de feitos deste histórico navio, destacam-se 22 viagens à península Ibérica e 9 à Groenlândia; vários combates contra os piratas; um confronto vitorioso (que durou 12 longas horas) contra cinco navios corsários franceses, que tentaram apresar -no estuário do rio Elba- baleeiros hanseáticos de regresso de uma frutuosa campanha; operações de defesa da cidade de Hamburgo. Em 1702, quando navegava no mar da Mancha e ali afrontou violenta tempestade, o «Leopoldus Primus» sofreu graves avarias e foi obrigado a refugiar-se no porto de Falmouth, na Inglaterra; onde peritos deram o navio como irrecuperável. Inconformadas com o diagnóstico dos britânicos, as autoridades de Hamburgo trouxeram o navio volta para o porto hanseático, onde ele foi profundamente restaurado. A sua actividade cessou definitivamente em 1705, ano em que foi, finalmente, desmantelado.

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