domingo, 9 de agosto de 2015

«THREE BROTHERS»

Navio de bandeira norte-americana construído, em 1855, nos estaleiros de Greenpoint, Nova Iorque, por encomenda do comodoro Cornelius Vanderbilt. Que o baptizou com o seu apelido «Vanderbilt». Foi, inicialmente, um navio misto (velas/vapor) provido de rodas laterais, que serviu de iate privado. Quando rebentou a guerra de Secessão, em 1861, foi cedido à marinha de guerra federal, para participar no bloqueio naval aos portos sulistas e para dar caça aos corsários confederados a actuar no oceano Atlântico. Deslocava, nessa época, mais de  3 000 toneladas e media 101 metros de comprimento por 14,50 metros de boca. Esteve, aquando da sua carreira militar iniciada em 1862,  fortemente armado com canhões de diversos calibres. Terminado o conflito, o navio foi vendido (em 1870, por 42 000 dólares) aos armadores californianos Geroge Howes & Brothers, que o mandaram modificar profundamente, retirando-lhe toda a maquinaria e, obviamente, as rodas de paletas. Transformado num veleiro puro, equipado com 3 mastros armados em galera, o agora chamado «Three Brothers» passou a ser o maior 'clipper' do mundo e também um dos mais velozes navios do se tipo. Registado no porto de San Francisco, o veleiro (agora especializado no transporte de cereais) partiu dali para a sua viagem inaugural em Outubro de 1873, com um carregamento de 5 000 toneladas de trigo. Os seus portos mais frequentados foram o de Nova Iorque e, na Europa, o do Havre e o de Liverpool. As viagens da Califórnia para o Velho Mundo faziam-se, naturalmente, pela rota do cabo Horn e duravam um pouco mais de 100 dias. O «Three Brothers» também viajou para outros destinos e ficou na memória uma viagem que fez para o Havaí, levando como passageira de marca  Sua Alteza Emma, rainha desse arquipélago do oceano Pacífico. Parece que, no final da sua carreira, este navio mudou várias vezes de proprietário. Mas o que ao certo se sabe, é que, no final do século XIX, estava transformado em pontão carvoeiro no porto militar de Gibraltar. E que, em 1899, foi vendido para a sucata e desmantelado.

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