terça-feira, 20 de agosto de 2013

«PIAKO»

O «Piako» era um bonito veleiro com casco de aço e com 3 mastros aparelhados em galera. Construído em 1876 pelos estaleiros navais da firma Alexander Stephens & Sons, de Glásgua, para a New Zealand Shipping Cº, este navio apresentava uma arqueação bruta de 1 075 toneladas e media 65,60 metros de comprimento por 10,40 metros de boca. Concebido para o comércio com os territórios da Oceânia sob autoridade britânica  (principalmente com a Nova Zelândia), o «Piako» transportou para essas longínquas terras produtos manufacturados na Europa e milhares de emigrantes. Só para a Nova Zelândia contabilizam-se 17 viagens, desde a sua estreia até 1890. A mais rápida de todas elas foi efectuada em, apenas, 76 dias e 12 horas entre Plymouth e Port Chalmers, pela rota do cabo Horn. Esse record foi batido logo no primeiro ano de actividade do navio sob as ordens de W. B. Boyd, o seu mais famoso capitão. Em 1878, em pleno oceano Atlântico, o «Piako» foi teatro de violento incêndio, durante o qual se chegou a temer pela vida da sua equipagem e dos seus 288 passageiros, quase todos eles emigrantes chamados a povoar a Nova Zelândia. O navio pôde, no entanto, atingir a costa brasileira do Pernambuco, onde permaneceu seis semanas para reparar os danos. Que afectaram o próprio navio mas também a carga mercantil transportada. Curiosamente, um outro incêndio, de menores dimensões e consequências, ocorreu a bordo no ano seguinte, quando o «Piako» cruzava as águas do golfo de Biscaia. Mas, neste caso, o fogo foi rapidamente dominado pela tripulação do veleiro. Esta galera foi vendida, em 1890, ao armador alemão J. E. Schaffer, de Elsfleth, e desapareceu, em data incerta do ano de 1900, durante uma viagem programada entre Melburne e Capetown. O «Piako» transportava, aquando dessa sua funesta viagem, mantimentos para o exército britânico implicado na Guerra dos Boers. Curiosidade : o nome deste navio aludia a um rio néo-zelandês da Ilha do Norte.

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