domingo, 23 de setembro de 2018

«RHONA»

O rebocador «Rhona» pertenceu a uma frota de embarcações similares que -sob as cores da empresa britânica Mason & Barry, concessionária das minas de São Domingos- cumpriu a sua missão no rio Guadiana, puxando barcaças de transporte de minério (pirite). Em 1923, esta pequena embarcação (já com mais de 40 décadas de vida), rumou do Pomarão a Lisboa, para, num estaleiro da capital, se submeter a urgentes trabalhos de reparação. A viagem fez-se sem incidentes, até à chegada do «Rhona» perto do porto de destino, quando foi assaltado por violenta tempestade. Devido, muito provavelmente, à sua vetustez, este rebocador não aguentou o assalto das ondas do estuário, nem as fortes rajadas de vento e acabou por afundar-se -com 9 homens a bordo- nas imediações do forte do Bugio. Os dois sobreviventes da tragédia foram socorridos (e salvos, obviamente) pela abnegada tripulação do «Patrão Lopes», o famoso salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos. Este drama marítimo ocorreu no dia 9 de Fevereiro de 1923 e o foi amplamente noticiado pela imprensa do tempo, nomeadamente pela «Ilustração Portugueza» Revista ilustrada à qual pertence a imagem aqui publicada, à falta de fotos do rebocador em apreço. O «Rhona» foi construído, em 1897, pelos estaleiros ingleses de South Shields. Apresentava uma arqueação bruta de 182 toneladas e media 31,85 metros de comprimento por 6,60 metros de boca. A sua tripulação normal era de 7 homens. Os seus destroços -descobertos e identificados em 2015- repousam a 10 metros de fundo. O sítio arqueológico do «Rhona» está protegido, sendo as suas visitas devidamente controladas pelas autoridades marítimas.

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