sábado, 7 de novembro de 2015

«BOUSSOLE»

Navio francês do século XVIII. Foi construído num estaleiro de Bayonne (no País Basco francês) em 1782, de onde saiu com o primitivo nome de «Portefaix». Era um mercante (com características físicas que desconhecemos), que foi adquirido e transformado pela armada de Luís XVI, para poder participar numa expedição científica promovida por este rei de França. E cuja chefia foi entregue a Jean-François de Galaup, conde de La Pérouse. Com o novo nome de «Boussole» e acompanhado pelo «Astrolabe», este navio zarpou de Brest no dia 1º de Agosto de 1785, rumo às costas da América meridional e ao cabo Horn. Que transpôs para ganhar o oceano Pacífico. Depois de ter visitado (entre outras longínquas terras) a ilha de Páscoa, Havai, o Alasca, as costas siberianas, a China, as Filipinas e as ilhas Samoa, o navio em apreço (mais o «Astrolabe») foi visto, pela última vez, na Austrália, em Março d 1788. Animada do mais puro espírito do Século das Luzes, a expedição -que integrava 220 membros- levava a bordo inúmeros cientistas (astrónomos, hidrógrafos, botânicos, entomologistas, etc) e artistas (desenhadores e pintores), que deveriam trazer para a Europa o fruto pluridisciplinar das suas descobertas, estudos e observações. Depois de terem desaparecido misteriosamente, várias expedições foram montadas para tentar descobrir o paradeiro dos navios de La Pérouse. Incluindo uma comandada pelo ilustre navegador Dumont D'Urville; que também ela não produziu resultados definitivos, embora este grande marinheiro normando (que por lá recolheu alguns elementos susceptíveis de terem pertencido à malograda expedição de La Pérouse) tenha aventado a hipótese da «Boussole» e do «Astrolabe» se terem perdido ao largo da ilha de «Vanikoro», no arquipélago das Salomão. Mas só em 2005 foram formalmente identificados (nesse lugar) os restos do naufrágio. Verdade confirmada pelos autóctones de Vanikoro, que têm conhecimento do trágico acontecimento, por tradição oral. Quanto às causas do desaparecimento dos navios e seus ocupantes, essas permanecem enigmáticas.

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