quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
«SALAMIS»
Este elegante ‘clipper’ foi concebido segundo os planos do famoso «Thermopylae» (que chegou a hastear bandeira portuguesa, com o nome de «Pedro Nunes») e destinado ao comércio das lãs com a Austrália e com a Nova Zelândia. Foi construído (em aço) pelos estaleiros de Walter Hood & Cº., de Aberdeen (Escócia) e lançado à água no mês de Maio de 1875. Tal como o seu ilustre predecessor, este navio foi baptizado com o nome de uma batalha decisiva da História da Grécia Antiga, já que ‘Salamis’ é o termo com o qual os falantes de língua inglesa designam a vitória naval de Salamina. Este bonito veleiro (um três mastros galera) deslocava 1 130 toneladas em plena carga e media 67,50 metros de comprimento fora a fora por 11 metros de boca. O seu primeiro armador foi George Thompson, também de Aberdeen. Este navio ainda fez uma das famosas viagens do chá, percorrendo a distância entre Hong Kong e Inglaterra em 110 dias. Essa experiência única ficou a dever-se à supremacia dos vapores, que, por essa época, começavam a suplantar os veleiros nesse rendoso negócio. Assim, o «Salamis» viu-se obrigado a executar tarefas consideradas menos nobres, tais como o tal comércio das lãs e, até, transportes de carvão. Cargueiro puro e exclusivo, este 'clipper' não foi dotado (como muitos dos seus contemporâneos) de camarotes para passageiros. Em 1899, o navio foi vendido ao armador norueguês L. Gunderson, de Porsgrund, que, depois de ter procedido a algumas alterações no seu mastreame e sistema vélico, o manteve no comércio da lã (mas também de guano) com os países da Oceania. O «Salamis» (os nórdicos conservaram-lhe o seu nome de origem) perdeu-se no Pacífico sul, por naufrágio ocorrido nas costas da ilha de Malden no dia 20 de Maio de 1905.
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